sexta-feira, 29 de abril de 2022
Estiagem afeta apicultores e safra gaúcha de mel pode ter perdas
Os efeitos da estiagem, que devastaram culturas em todo o Rio Grande do Sul, ainda são incertos para o mel gaúcho. Apesar de a alta de chuva ser condição propícia para a produção, a persistência de dias secos e temperaturas muito altas saiu da curva e pesou sobre a cultura, impactando em menor produtividade para os apicultores.
Com a colheita de outono em andamento, uma projeção mais acertada sobre o quanto deve ser produzido nos apiários do Estado ainda é considerada precipitada. A expectativa, neste momento, é de que a safra, pelo menos, se iguale à anterior. O Rio Grande do Sul é um dos principais produtores de mel do país.
A certeza entre os produtores e entidades que representam o setor, no entanto, é em relação à discrepância da cultura entre as diversas regiões onde há criação de abelhas no Estado. Enquanto alguns apicultores estão tendo colheitas na média ou até acima dela, outros não estão tirando quase nada dos tambores.
A resposta vem do clima. No geral, a estiagem costuma ser benéfica para o mel porque, com a falta de chuva, as abelhas conseguem deixar as colmeias e polinizar. Mas quando a seca é muito forte, as plantas não conseguem produzir as flores que, por sua vez, não conseguem produzir o néctar necessário e os insetos ficam sem alimentos.
Considerado por anos o maior produtor de mel do país, o quadro do Rio Grande do Sul parece estar mudando, perdendo espaço para outros Estados, como o Paraná. Em 2020, segundo o IBGE, a produção era de 7.466 toneladas aqui — dado mais recente da Pesquisa de Produção de Origem Animal, com participação de 14,5% na produção brasileira e logo atrás dos paranaenses, com 15,2%.
Fonte: GZH | Foto: Jonathan Heckler / Agencia RBS